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O VERDADEIRO EXÚ DE UMBANDA

Há que se entender de uma vez por todas que Umbanda e Candomblé são religiões absolutamente distintas, que guardam muito mais diferenças do...

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

orixas

Oxalá

 
A figura de Oxalá, na Umbanda, assumiu importância primacial num paralelismo com a figura de Jesus Cristo, no seio do Catolicismo.
Na identificaçaão de Oxalá com o "Filho", segunda pessoa da Santíssima Trindade, fato aceito pela religião de Umbanda, obeserva-se que, ao culto externo, à veneração e ao conhecimento das divinas qualificações de Jesus, se soma toda uma série de observâncias, preceitos, ritos remanescentes da tradição religiosa africana e, com toda a religiosidade, praticados pelos umbandistas de todos os matizes, com pequenas diferenciações, decorrentes de influências regionalistas ou da maior ou menor parcela do afro na cultuação.
A imagem de Oxalá (Jesus Cristo) é figura obrigatoriamente em lugar de honra em todos os Centros, Terreiros ou Tendas de Umbanda, em local elevado, geralmente destacada com iluminação intencionalmente preparada, de modo a conformar uma espécie de aura de luz difusa à sua volta. Homenageia-se Oxalá na representação daquele que foi o "filho dileto de Deus entre os homens"; entretanto, permanece, no íntimo desse sincretismo, a herança da tradição africana: "Jesus foi um enviado; foi carne, nasceu, viveu e morreu entre os homens"; Oxalá coexistiu com a formação do mundo; Oxalá já era antes de que Jesus o fosse.
Oxalá, assim como Jesus, proporciona aos filhos a melhor forma de praticar a caridade, isto é, dando com a direita para, com a esquerda, receberem na eternidade e assim poderem trilhar o caminho da luz que os conduzirá ao seu Divino Mestre.
A Linha de Oxalá é a Linha Súplice, suprema condutora, porque nela se baseiam todas as outras linhas.
Oxalá, nome cabalístico formado através dos séculos, que teve do feixe de correntes formadoras da Grande Corrente Universal a força máxima, na qual os homens se suprem para se lançarem, através dos seus Guias, em busca da magna força.
"A Corrente Universal divide-se em vários setores, cabendo cada um destes setores, cabendo cada um destes setores a um Chefe, que trabalha nesta mesma corrente, tirando dela a força e a luz para conduzi-lo ao ponto que lhe é necessário para seus trabalhos espirituais; e sendo Oxalá o Supremo Chefe da Umbanda, a ele pertence um desses setores, buscando, na Corrente Universal, suprimento para as suas falanges".
 
Símbolo: a Cruz
Cores: branca
 

Oxossi

Pertence a Quarta linha da Umbanda, seu dia da semana é Quinta feira, ele é sincretizado com São Sebastião, seu dia de festa é 20 de janeiro.
Essa linha é constituída de sete legiões ou falanges:
  • Legião do Caboclo das Sete encruzilhadas, que dirige as falanges das florestas, que são os espíritos das tribos Aimorés, Tupis, Tupiniquins, etc...
  • Legião do Caboclo Araribóia, chefiada pelo Cacique Araribóia.
  • Legião de Urubatão, chefiada pelo Caboclo Urubatão.
  • Legião da Cabocla Jurema, chefiada pela Cabocla Jurema.
  • Legião dos Tamoyos, chefiada por Caboclo Grajaúna.
  • Legião dos Guaranis, chefiada pelo Caboclo Araúna.
  • Legião dos Peles – Vermelhas, chefiada pelo Caboclo Águia Branca, integrando as falanges de índios Chippeway, Sioux, etc...

Orixá das matas, seu habitat é a mata fechada, rei da floresta e da caça, sendo caçador domina a fauna e a flora, gera progresso e riqueza ao homem, e a manutenção do sustento, garante a alimentação em abundância, o Orixá Oxossi está associado ao Orixá Ossaê, que é a divindade das folhas medicinais e ervas usadas nos rituais de Umbanda.
Oxossi está ligado a tudo que nasce e cresce através da fotossíntese. Tem participação fundamental no processo da clorofila, essência vegetal na purificação do ar que respiramos.
Na saúde ele dá força e energia, rege os pulmões e todo aparelho respiratório.
Irmão de Ogum, habitualmente associa-se à figura de um caçador, passando a seus filhos algumas das principais características necessárias a essa atividade ao ar livre: concentração, atenção, determinação para atingir os objetivos e uma boa dose de paciência.
Segundo as lendas, participou também de algumas lutas, mas não da mesma maneira marcante que Ogum.
Este Orixá é bastante difundido no Brasil, mas sua figura é pouco lembrada na África. Este processo de esquecimento na África deve-se ao fato de Oxossi ter sido cultuado  basicamente em Keto, onde chega a receber o título de rei.
Este país, Keto, praticamente destruído e saqueado pelas tropas do rei de Daomé, teve seu povo, inclusive grande número de iniciados de Oxossi, transformados em escravos, vindos a ser vendidos tanto no Brasil como nas Antilhas. Este esquecimento chegou a tal ponto que embora esxistindo ainda em Keto os locais onde outrora Oxossi recebia oferendas, já não existem atualmente pessoas que saibam ou desejem cultuá-lo.
Os filhos de Oxossi são geralmente pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. Evitando fazer barulho quando em perseguição a um objetivo, matêm-se de olhos bem abertos e ouvidos atentos.
Fisicamente, os filhos de Oxossi, tendem a ser relativamente magros, um pouco nervosos, mas controlados. São reservados, tendo forte ligação com o mundo material, sem que esta tendência denote obrigatoriamente ambição e instáveis em seus amores.

Na Umbanda:
  • Sua cor é a verde;
  • Seu símbolo é o arco e flecha unidos;
  • Suas flores são Palmas Vermelhas, Cravos Vermelhos e Rosas Vermelhas;
  • Suas frutas são todas as frutas e frutos;
  • Seu vinho é o Tinto Rascante ou Clarete;
  • Seu metal é o bronze e o latão;
  • Suas pedras preciosas são Calcite Verde, Esmeralda e Quartzo Verde;
  • Suas excências são Sândalo e Couro da Rússia;
  • Suas ervas são Erva de Oxoce, Erva da Jurema, Alfavaca, Jureminha, Pelegum Verde, Cana do Brejo, Caiçara, Eucalipto.
  • Sua Saudação: "Okê Arô Odé Koké Maior"
  • Ogum


    4ª Linha da Umbanda

    Esta Linha, dirigida por Ogum (São Jorge), "Orixá da Guerra", cujas Legiões são chefiadas por guerreiros de diversas raças, constituídas de Caboclos, Preto Velhos e Exus, invoca as demandas espirituais.

  • Legião de Ogum Beira-mar, aliada ao povo do mar
  • Legião de Ogum Malei, aliada à Linha de Malei (Povo de Exu)
  • Legião de Ogum Megê, aliada ao povo Megê (negros africanos)
  • Legião de Ogum Naruê, aliada ao povo Naruê (escravos de várias raças)
  • Legião de Ogum Nagô, aliado ao povo de ganga (Linha de Nagô)
  • Legião de Ogum Iara, aliada ao povo dos rios (Caboclos)
  • Legião de Ogum Rompe-Mato, aliada a Oxossi e seu povo da mata

Orixá do ferro e da guerra, cujas lendas a seu respeito falam de um terrível guerreiro, sempre envolvido em batalhas para aumentar seus domínios; justiceiro impetuoso, eleva acima de tudo o conceito de honra.
Ogum, como personagem histórico, é apontado como o filho masi velho (primogênito) de "Odudua", o fundador de Ifé (cidade da Nigéria, considerada a capital religiosa dos iorubás). Segundo estas pesquisas, era um homem esxtremamente belicoso, cuja principal função era a de chefiar o exército de sua cidade-estado em costumeiras invasões aos reinos vizinhos, saqueando os Estados derrotados e ampliando a área de seus domínios de poder de sua linhagem.
Ogum, sendo irmão de Exu, tem grande entrosamento com ele. Se Exu é dono das encruzilhadas, assumindo a responsabilidade do tráfego, de determinar o que pode  e o que não pode passar, Ogum é o dono dos caminhos em si, das ligações que se estabelecm entre os diferentes locais.
Os lugares consagrados a Ogum são todos ao ar livre.
Para Ogum, a retidão, a verdade e a justiça são importantes, mas sua principal ocupação não é determinar o que é certo ou errado, e sim apenas fazer prevalecer aquilo que julga certo, portando Ogum faz justiça com as próprias mãos, empreendendo e decidindo, jamais deixando para outros o que julga ser problema e domínio seu.
Os filhos de Ogum têm gosto pelas viagens, pelas mudanças, tendo dificuldade para se estabelecer de maneira gregária em algum lugar.
Além disso os filhos de Ogum são, violentos, impulsivos, porém justiceiros e defensores dos mais fracos e normalmente lideram. Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São conquistadores, incapazes de se fixar num mesmo lugar, apreciadores de novidades, desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as horas.
Em termos físicos tendem a ser esguios, musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos.
Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e rápidas.
 
Saudação: "Ogunhê "
Cores: vermelha na Umbanda
Símbolo: espada, lança e escudo
Sincretismo: São Jorge - 23 de abril
Dia da Semana: 3ª. feira
Metal: Ferro, Aço e o Manganês.
Essência: violeta.
Pedras Preciosas: Garnet, Rubi, Sardio.
Bebida: cerveja branca.
Flores: cravos brancos e vermelhos, palmas vermelhas e crista de galo.
Fruta: manga espada.
Comida: Inhame assado na brasa partido ao meio regado com dendê, ou Inhame cozido partido ao meio regado com mel.
Ervas: Espada se S. Jorge, Aroeira e S. Gonçalinho.
Habitat: clareira no meio da mata, estrada de rodagem e de ferro.
Saúde: ele rege o coração e as glândulas endócrinas.
 
  • Xangô



    Xangô lembra em muito o Zeus da mitologia greco-romana. Assim como seu correspondente europeu, é uma divindade ligada à força e à justiça, detendo poderes sobre os raios e trovões, demonstrando nas lendas a seu respeito, uma intensa atividade amorosa.
    É atribuído a ele o reino sobre a cidade de "Oyo. Seu nome está sempre ligado a força, especialmente ao poder qure dificilmente é contestado. É um Orixá autoritário e poderoso, que sabe despertar nos humanos o respeito por sua determinação, decidindo sobre o bem e o mal, possuindo capacidade de inspirar a aceitação inconteste por suas decisões, não só por seu poder repressivo, mas como pela sua retidão inquebrável.
    Misticamente o raio é uma de suas armas, que ele envia como castigo, nunca impensado ou arrebatado, mas sim como final de um processo onde tudo é medido.
    Toda essa imagem faz com que Xangô seja associado à firmeza da rocha: duro e estável.
    Seu axé está concentrado genericamente nas pedras, principalmente aqueles resultantes da destruição provocada pelos raios.
    Xangô teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaiodosa em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas: Iansã, Oxum e Obá, esta última não cultuada na Umbanda.
    Aos filhos de Xangô atribui-se um tipo forte, mas com certa quantidade de gordura e uma tendência a obesidade, assemelhando-se tal qual a um tronco forte e largo em oposição à altura. 
    Seus filhos apresentariam uma forte dose de energia e de auto-estima, uma consciência de que são importantes, dignos de respeito e que sua opinião sobre qualquer tema será decisivo. Costumam ainda possuir possuir certo requinte ou pelo menos ser bastantes educados, porém não aceitam facilmente o questionamento, especialmente se já tiverem considerado encerrado o assunto em questão. Quando contrariados podem tornar-se violentos e incontroláveis, momento em que resolvem tudo de maneira impensada r quando em vez destruidora, mas feita a "justiça", retornam a seu comportamento normal. São fortemente atraídos pelo sexo opsto, cuja conquisat sexual assume lugar de destaque em sua vida.
     
    Saudação: "Kawô-Kabyesilé"
    Símbolo: "Oxé" (machado de duas lâminas estilizados) ou dois machados cruzados (Umbanda)
    Otá: pedra marrom ou branca da cachoeira
    Cores: marrom e branco
    Sincretismo: São Jenônimo (principal) - 30 de setembro
    Dia da Semana: 4ª. feira
     
     
  • Obaluayê


    Na Umbanda, o culto é feito a Omulu, que se desdobra com o nome de Obaluayê. Orixá originário do Daomé, Obaluayê também conhecido como Omulu, sua forma velha, detém o poder sobre a cura das doenças. É um Orixá sombrio, tido entre os iorubanos como severo e terrível caso não seja devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através de gestos humildes, honestos e leais.
    Arquetipicamente, lega a seus filhos tendências ao masoquismo e à autopunição, um austéro código de conduta e possíveis problemas com os membros inferiores, em geral, ou pequenos outros defeotos físicos.
    Ao Senhor da doença é relacionado um arquétipo psicológico derivado de uma postura na dança: se nela Obaluayê esconde dos espectadores suas chagas no rosto e na pele em geral, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos na sua postura, a desgraça que o abate. No comportamento do dia a dia, tal tendência se revelaria através de um caráter masoquista, compondo aquele tipo de pessoas que costumam exagerar seus sofrimentos ao externá-los para outras pessoas.
    Os filhos de Obaluayê se definem como pessoas que são incapazes de se sentir satisfeitas quando a vida lhes corre tranquila. Podem atingir situações materiais invejáveis e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imáginarios. Pessoas que em certos casos sentem-se capazes de se consagrar ao bem estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.
    A marca mais forte de Obaluayê (Omulu) não é a exibição de seu sofrimento, mas o sofrimento em si. Ele se revelaria numa tendência autopunitiva muito forte, que pode tanto se revelar como grande capacidade de somatização de problemas psicológicos em forma de doenças físicas como elaboração  de rígidos conceitos de moral que afastam seus filhos no santo do dia a dia, das outras pessoas em geral e dos prazeres. Sua insatisfação básica, portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si mesmo, uma vez que foi estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição. Como a palha cobre suas chagas e lhe empresta um caráter tenebroso, o filho desse Orixá ocultaria sua individualidade como uma máscara de austeridade e até certa aura de respeito e de imposição de certo medo aos outros. Entretanto, isto não ocorre, pois se apresentam humildes, simpáticos e caridosos. Assim é que na Umbanda este Orixá toma a personalidade da caridade na cura das doenças, sendo considerado o "Orixá da Saúde", Chefe da 3ª. Linha da Umbanda.
     
    Saudação: "Atotô"
    Cores: branca e negra na Umbanda
    Sincretismo:  Sincretizado com São Roque seu dia é festejado em 16 de Agosto, quando sincretizado com São Lázaro (mais comumente) é festejado em 17 de Dezembro.
    Dia da Semana: 2ª. feira
  • Oxumarê
     

    Representado de duas maneiras - o arco-íris e a cobra; simboliza o movimento, a transformação constante e perene. Possui uma característica singularíssima frente aos demais Orixás: é bissexual, passando metade do ano como divindade masculina e a outra metade como feminina.
    Oxumarê tem dentro de si a dualidade básica: o bem e o mal. Quando durante seis meses é masculino, é representado pelo arco-íris, o qual segundo as lendas, levaria para o castelo de Xangô, no céu, a água da terra. Nessa lenda é atribuído a Oxumarê o poder de regular as chuvas e as secas, já que, enquanto o arco-íris brilha, não há chuva, mas a água é levada pela evaporação para o céu, onde mais uma vez assumirá a forma líquida, trazendo novamente a chuva. Quanto a do mal, durante os outros seis meses, Oxumarê assume a aprte feminina, e nessa fase seria uma cobra a se arrastar agilmente tanto na terra como nas águas; embora em alguns mitos, talvez por influências de concepções ocidentais, seja nessa fase a que se mostra negativa. Entretanto em outros conceitos não existe tal separação entre uma fase e outra.
    Seu domínio se estende a todos os movimentos regulares que não podem parar, como a alternância entre o dia e a noite, o bom e o mal tempo (chuvas) e entre o bem e o mal (positivo e negativo).
    Dizem as lendas que este Orixá como cobra pode ser bastante agressivo, o que levaria às vezes a morder sua própria cauda, gerando um movimento circular contínuo, que representaria a rotação da Terra e o próprio movimento incessante dos corpos celestes no espaço, cuja paralização provocaria a destruição do Universo.
    Os filhos de Oxumaré são pessoas pacientes que desejam ser ricas; pessoas perseverantes nos seus empreendimentos e que não medem sacrifícios para atingir seus objetivos.
    A seus filhos cabem a tendência de renovação, mudança e transformação, logo, são pessoas que de tempos em tempos mudam tudo em sua vida: amigos, casa, emprego, como se ciclos se sucedessem sempre, provocando um rompimento com o passado, iciando a busca de um novo momento, que deverá existir até sua substituição. Traços de ostentação e orgulho, de generosidade e desprendimento, são marcantes, porém apresentam-se sempre inconstantes.
     
    Saudação: "Arô boboi"
    Cores:  verde e o amarelo  ou  amarelo rajado de preto
    Sincretismo: Não se pode afirmar ser um Orixá masculino, mas o sincretismo é feito com São Bartolomeu (festejado em 24 de agosto), acreditando-se que haja o maior comando da parte masculina, sendo a parte feminina dependente da masculina.
    Dia da Semana: 3ª. feira 
     
  • emanjá


    Famosa em todo o Brasil pelos cerimonais a ela dedicados nas prais por ocasião da passagem do ano, Iemanjá, a mãe severa e protetora, Orixá das águas salgadas, representa à perfeição a matrona; formas opulentas, seios fartos e uma imensa prole (15 filhos, somando-se todas as lendas). Iemanjá transmite a seus filhos de cabeça (filhos no Santo) o seu caráter de apreciar o luxo e relacionamento hierárquico e formal com as pessoas e uma vez ofendidos ou tráidos, dificilmente perdoam seu detrator.
    O fato de, segundo os mitos, Iemanjá ser mãe de boa parte dos Orixás e ter em todas as representações seios grandes, ela é associada assim como Oxum, à gestação e à procriação.
    Outros traços de semelhança entre os Orixás da riqueza, Oxum e Iemanjá, estão no arquétipo psicológico estabelecidos para os filhos da Oxum. Assim como os filhos da Orixá da riqueza (Oxum), os de Iemanjá apreciam o luxo, as jóias caras e os tecidos vistosos e bons perfumes. Gostam de viver em ambientes confortáveis e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com o restante da comunidadeem que habitam. Entretanto, não possuem a mesma vaidade coquete de Oxum, sempre apresentando uma idade maior, mais responsáveis e decididos do que os filhos da Oxum.  A força e a determinação fazem parte de suas características básicas, assim como o sentido de amizade, sempre cercada de algum formalismo. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas ambiciosas nem obcecadas pela própria carreira, detendo-se mais no dia a dia, sem grandes planos para atividades a longo prazo. Pela importância que dá a retidão e à hierarquia, Iemanjá não tolera mentira e a traição. Assim sendo, seus filhos demoram a confiar em alguém, e quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro círculo de amigos, não esquecem uma ofensa ou traição, sendo raramente esta mágoa esquecida. Físicamente, existe uma tendência para a formação de uma figura cheia de corpo, um olhar calmo, apesar de certa tendência a repelentes e irritabilidade. Nas mulheres é possível que os seios sejam grandes e precocementes caídos.
    Os símbolos de Iemanjá nas cerimônias são o abebê (leque) redondo de metal prateado, com figura estampada de sereia ou peixe e às vezes uma espada pequena, também prateada. Seu otá é branco do fundo do mar, que quando assentado é colocado em vasilha de louça branca.
     
    Saudação: " Odôia ! " ou  " Odô-fé-iabá ! "
    Cores: branca (cristal), sobreado rosa claro e verde claro ou azul claro
    Domínio: maternidade e pesca 
    Sincretismo: Na Bahia a relação entre Oxum e Iemanjá são muito fortes. Assim em 8 de dezembro, ocorre a Festa da Oxum (sincretizada com Nossa Senhora da Imaculada Conceição), e Iemanjá também é homenageada. No dia 2 de fevereiro, Festa de Iemanjá (sincretizada com  Nossa Senhora das Candeias), Oxum também é homenageada. No Rio de Janeiro, Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora da Glória, e sua festa ocorre em 15 de agosto.
     

    Oxum




    Oxum é conhecida por sua delicadeza. As lendas adornam-na com ricas vestes e objetos de uso pessoal.
    Oxum domina os rios e as cachoeiras, imagens cristalinas de sua influência: atrás de uma superfície aparentemente calma podem existir fortes correntes e cavernas profundas.
    Orixá feminino, onde sua imagem é quase sempre associada a maternidade, sendo comum ser invocada com a expressão "Mamãe Oxum".
    Conhecida como Orixá das águas doces, Oxum tem a seu cargo o dom da fertilidade, assim como Iemanjá. Ainda a Oxum é atribuída a incumbência de zelar pelas crianças que estão gestação e pelas recém-nascidas, até que possam falar.
    Como esposa de Xangô, foi rainha em Oyó, sendo a sua preferida pela jovialidade e beleza.
     
    Os filhos de Oxum preferem contonar habilmente um obstáculo do que enfrentá-lo de frente. Sua atitude lembra o movimento do rio, quando a água contorna uma pedra muito grande que está em seu leito, em vez de chocar-se violentamente contra ela. São persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente delineados.  Entretanto, ás vezes, parecem esquecer um objetivo que antes era tão importante, não se importando mais com o mesmo. Na realidade, estará agindo por outros caminhos, utilizando outras estratégias. Para essa imagem doce e bela que esconde uma forte determinação, colabora a tendência que os filhos de Oxum tem para engordar. Seus filhos gostam de vida social intensa, das festas, dos prazeres em geral e tendem a possuir uma vida sexual intensa e significativa, mas diferentes das filhas de Iansã, ou seja, mais discretos, pois como apreciam o destaque social, também temem o escândalo e qualquer coisa que possa denegrir sua imagem. 
     
    Saudação: "Aiieiô", "Eri ieiê" ou  "Ora Ieiêô"
    Símbolo: "Abebê" (leque) e uma espada (menos usada)
    Cores: azul claro ou azul celeste
    Sincretismo: Nossa Senhora da Imaculada Conceição - 8 de dezembro
    Dia da Semana: Sábado
     v

    Iansã

     
    Orixá feminino, Iansã, esposa de Ogum , largou-o quando se deixou fascinar pelo magnetismo, pelo tipo elegante e pelo fino trato de Xangô.
    Duas lendas se formaram, a primeira é que Iansã não cortou completamente relação com o ex-esposo e tornou-se sua amante; a segunda lenda garante que Iansã e Ogum, tornaram-se inimigos irreconciliáveis depois da separação.
    Iansã é a primeira divindade feminina a surgir nas cerimônias de cultos afro-brasileiros.
    Na África, Iansã é conhecida e venerada com o nome de "Oyá", Orixá de um rio conhecido por Niger, cujo nome em iorubá dá o seu nome.
    Iansã é o Orixá dos ventos, tempestades e do raio.
    É o único Orixá que não teme os eguns, dominando-os com seu "iruexim" (seu instrumento litúrgico durante as festas, uma chibata feita de rabo de um cavalo atado a um cabo de osso, madeira ou metal).
    Sua dança no terreiro é uma mistura de seu papel de guerreira, brandindo a espada para afastar os eguns e marcar seu poder e autoridade, mas também uma extravasão, uma festa dela para ela mesma e para tudo em torno de si, se auto-afirmando numa celebração explosiva, sensual.
    Uma indepedência quase que selvagem caracteriza seu comportamento. Sua imagem é sempre associada à felicidade extrovertida da mulher que sabe guerrear e defender o que tem e quer com unhas e dentes, mas que também é igualmente expansiva no amor e em qualquer outro relacionamento.
    Os seus filhos se apresentam apaixonados, dominadores, corajosos, arrebatadores e ousados.
    Arquetipicamente, seus filhos estariam ligados a personagens que transformam a vida numa grande aventura e numa gigantesca festa constante. Caracterizam-se pelas mudanças repentinas, tomando um novo rumo tanto no amor como por um ideal. São, portanto, pessoas francas e extrovertidas, leais e alegres. Dentro de sua franqueza, não escondem as grandes emoções ou atrações por alguém, fato que chega a complicar em determinados momentos.
     
    Saudação: "Eparrei"
    Sincretismo: Santa Bárbara - 4 de dezembro
    Cores: amarelo na Umbanda
    Dia da Semana: 4ª. feira
     Nanã Buruquê
    Origem
    Não se sabe determinar sua origem, assim como Deus (Zambi) continua sendo o grande mistério para o homem como explicar o inexplicável. É possivel explicar o efeito porque a causa vem de uma visão espiritualista, cuja a essência vem nesta grande energia e com uma forte vibração capaz de mover tudo que no mundo existe, e Deus faz-se presente onipotenteonipresente  e onisciente em relação ao Universo que ele próprio criou.
    E Nanã Buruquê representa a junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia, a água da terra por mando de Deus, sendo portanto também sua criação simultânea a da criação do mundo.
      • Com a junção da água e a terra surgiu o Barro.
      • Barro com o Sopro Divino representa Movimento.
      • Movimento adquire Estrutura.
      • Movimento e Estrutura surgiu a criação O Homem.
    Portanto, Nanã é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez parte da criação, sendo ela responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao primeiro homem e de todos os seres viventes da terra, e da continuação da existência humana e também da morte, passando por uma transmutação para que se transforme continuamente e nada se perca. Tudo faz parte do Poder Divino.
    Nanã é a primeira e a mais antiga de todos os Orixás, menos de Oxalá (Jesus Cristo), que veio antes. Ela exerce a missão de mãe dos OrixásZambié o Pai dos Orixás e dos Espíritos que Nanã Buruquê dirige.
    Lenda

    Nanã é um Orixá feminino de origem daomeana. Segundo as lendas, é a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Obaluayê (Omulu), Oxumarê e Irôko, este último não cultuado na Umbanda.
    Este grande Orixá, padroeiro da família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas. Nanã, a mais velha Mãe-d'água, Orixá mãe e avó é protetora dos homens e criaturas idosas.
    No culto anterior à chegada de orixás iorubanos`a região da atual Nigéria, teria Nanã um posto hierárquico semelhante ao de Oxalá ou até mesmo de Olurum (Zâmbi angolano). Nos cultos afro-brasileiros, Nanã é apresentada como Orixá indiscutivelmente feminino e associada sempre à maternidade. É por isso, a mais velha divindade das águas, tendo associações tanto com a vida, como com a morte ou com posição reservada aos velhos em qualquer sociedade.
    O elemento primordial de Nanã é a lama, o lodo do fundo dos rios e dos mares. É por extensão o Orixá dos pântanos, o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia (água) e o que foi libertado por mando de Zâmbi (a terra), sendo portanto sua criação simultânea à da criação do mundo.

    Características

    Os filhos de Nanã são calmos e benevolentes, agindo sempre com dignidade e gentileza. São pessoas lentas no exercício de seus afazeres, julgando haver tempo para tudo, como se o dia fosse durar uma eternidade. Muito afeiçoadas às crianças, educam-nas com ternura e excesso de mansidão, possuindo tendência a se comportar com a indulgência das avós. Suas reações bem equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça, com segurança e majestade.
     
    Saudação: "Saluba"
    Cores: branco e o azul ; lilás na Umbanda
    Sincretismo: Nossa Senhora Santana - 26 de julho
    Dia da Semana: seu dia da semana é o mesmo do que Obaluayê, ou seja, 2ª. feira, sendo que alguns consideram ser Sábado, junto com Iemanjá e Oxum, Orixás das águas.
  • Ossãe
     

    Assim como Oxossi, Ossãe está ligado às florestas. Sua atribuições, porém diferem das de Oxossi, cabendo a Ossãe cuidar das ervas medicinais e sagradas, e por correlação de todo e qualquer conhecimento técnico mais profundo. Transmite a seus iniciados um grande equilíbrio nas decisões e certo distanciamento quanto aos amigos, além de notável eficiência ao trabalho.
    Ossãe zela pela saúde e religião, sendo a sua presença indispensável para realização de qualquer festa ou cerimônia, quer sendo invocado por rezas, quer incorporado num filho, já que seu conhecimento sobre as ervas, bem como sua utilização e, fator de igual importância, as palavras ritualísticas necessárias para o emprego das plantas (folhas), são seu domínio. Essas palavras mágicas são necessárias para que o axé (poder potencial das plantas) seja externado, produzindo os efeitos necessários para o sucesso dos rituais. Todo esse conhecimento representa o segredo de Ossãe que é só revelado aos iniciados em circunstâncias especiais pelo próprio Orixá.
    Cada Orixá, segundo as lendas, tem suas ervas e folhas particulares, circunscritas a seu campo espeçífico de ação, mas tal poder é restrito perto do controle praticamente total que Ossãe tem sobre esse tipo de conhecimento.
    As atividades de Ossãe são cercadas de cuidados quase ritualísticos. Para que um iniciado possa recolher as ervas necessárias ao culto a ser realizado, deve-se abster de qualquer bebida alcoólica e de relações sexuais na noite que precede a colheita. As folhas devem ser colhidas na floresta virgem, sempre que possível. Antes de penetrar na mata, o iniciado deve pedir liçenca a Oxossi e a ossãe, para isso acender vela na entrada, com o cuidado de limpar a área onde ficarão as velas.
    Ossãe tem uma aura de mistério em torno de si, da mesma forma que a sua especialidade, apesar de muito importante, não fazer parte das atividades cotidianas como a luta, a conquista, a comunicação ou a caça. Constituindo-se mais uma técnica, um ramo de conhecimento que é empregado quando necessário, a cura é invocada no caso de doença, com o auxílio de Obaluayê (Omulu).
    Orixá de sexo masculino, que em muitas histórias é apresentado como uma figura de uma perna só, confundindo-se com "Aroni" um anãozinho, que assim como o nosso Saci-Pererê, tem sempre na boca um cachimbo.
    Os filhos de Ossãe são pessoas de caráter equilibrado, capazes de controlar seus sentimentos e emoções. Daquelas que não permitem que suas simpatias e antipatias intervenham nas suas decisões ou influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos. Além disso são reservados, raramente intervindo em questões que não lhe digam respeito, não sendo necessariamente introvertido, mas não se faz notar pela atividade social. Uma certa aura de mistério sobre o passado, pode estar presente mesmo quando este passado não tem mais nada a esconder.
     
    Orixá cultuado em Candomblé, com rara aparição na Umbanda.
     
    Saudação: "Eu Eu Ossae"
    Sincretismo: São Benedito - 6 de janeiro
    Cores:  verde e branca
    Dia da Semana: 5ª. feira
     

  • v

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