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O VERDADEIRO EXÚ DE UMBANDA

Há que se entender de uma vez por todas que Umbanda e Candomblé são religiões absolutamente distintas, que guardam muito mais diferenças do...

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

guias

Caboclos



São os nossos amados Caboclos os legítimos representantes da Umbanda, eles se dividem em diversas tribos, diversos lugares formando aldeias, eles vem de todos os lugares para nos trazer paz e saúde, pois através de seus passes, de suas ervas santas conseguem curar diversos males materiais e espirituais. A morada de caboclo é na mata onde recebem suas oferendas, sua cor é o verde transparente para as Caboclas e verde leitoso para os Caboclos, gostam de todas as frutas, principalmente o milho, o vinho tinto para eles representa o sangue de Cristo, gostam de tomar sumo de ervas e apreciam o coco com vinho e mel.
Existem falanges de caçadores, de guerreiros, de feiticeiros, de justiceiros; são eles trabalhadores de Umbanda e chefes de terreiros. São livres como os pássaros, sabemos que caboclo não é pai e nem mãe de ninguém, é muito confundido com o Orixá Oxoce, são simplesmente chefes de tribos e não donos de Coroa, pois a Coroa pertence ao Orixá do médio.
Sua gira é muito alegre, lembram as festas da tribo, cantam em volta do axé da casa como se estivessem em volta da fogueira sagrada, como faziam em suas aldeias. Tudo para os caboclos é motivo de festa como casamento, batizado, dia de caçar, reconhecimento de mais um guerreiro, a volta de uma caçada.
Estão sempre em busca de uma missão, de vencer mais uma demanda, de ajudar mais um irmão de fé. São de pouco falar, mais de muito agir, pensam muito antes de tomar uma decisão, por esse motivo eles são conselheiros e responsáveis. Por serem eles muito amigos, não perdoam que um filho de fé se esqueça deles e até diga que não gosta de caboclo. Para nunca se esquecer:
"Se ele existe em você é porque tem que ficar, nunca deixem tirar pois se arrependerá para o resto de sua vida."
Os Caboclos de Oxoce são: Caboclo das Sete Encruzilhadas, Urubatão, Araribóia, Grajaúna, Araúna, Caboclo da Lua, Arruda, Aimoré, Ubá, Caçador, Arapuí, Japiassú, Junco Verde, Jabarí, Mata Virgem, Pena Branca, Pena Verde, Pena Azul, Pena Dourada, Rompe Folha, Rei da Mata, Guarani, Sete Flecha, Flecheiro, Folha Verde, Tupinambá, Tupaiba, Tapuia, Serra Azul, Paraguaçu, Cabocla Jurema.


Os Caboclos, de acordo, com planos pré-estabelecidos na Espiritualidade Maior, chegam até nós com alta e sublime missão de desempenhar tarefa da mais alta importância, por serem espíritos muito adiantados, esclarecidos e caridosos. Espíritos que foram médicos na Terra, cientistas, sábios, professores, enfim, pertenceram a diversas classes sociais, os Caboclos vêm auxiliar na caridade do dia a dia aos nossos irmãos enfermos, quer espiritualmente, quer materialmente. Por essas razões, na sua grande maioria, os Caboclos e os Pretos Velhos, foram determinados por Oxalá para serem os Guias-Chefes dos médiuns, ou melhor, representar o Orixá de cabeça do médium Umbandista.
Na Umbanda não existe demanda de um Caboclo para Caboclo, a demanda poderá existir de um Caboclo, entidade de luz, para com uma "kiumba" ou até mesmo contra um Exu, de pouca luz espiritual.


"Okê Caboclo, Okê Bambi Ôcrim"











Boiadeiro



Os Cablocos Boiadeiros chegam nos terreiros de Umbanda e de Candomblé, vem com o pé calçado e outro no chão, com seu chapéu de couro e seu chicote do lado, eles trazem alegria dando seu lindo brado.
O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado. Normalmente, eles fazem duas festas por ano, uma no inicio e outra no meio do ano. Eles são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia intricada de passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino mímico, lidando bravamente com os bois.
Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Ao amanhecer o dia, o Boiadeiro arruma seu cavalo e leva seu gado para o pasto, somente volta com o cair da tarde, trazendo o gado de volta para o curral. Nas caminhadas toca seu berrante e sua viola cantando sempre uma modinha para sua amada, que fica na janela do sobrado, pois os grandes donos das fazendas não permitem a mistura de empregados com a patroa, foi este um dos grandes motivos de morte dos tocadores de gado.
Devemos levar nas obrigações de Boiadeiro um pedaço de pano vermelho, para representar o lenço do pescoço, um pedaço de corda virgem. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo e é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha.
Dentre muitos Boiadeiros, citamos: Boiadeiro na Jurema, Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro e Boiadeiro do Chapadão, etc ...
Sua saudação: "Xetro Marrumbaxêtro", "Minakêto Navizála"
Pretos Velhos

A Legião de espíritos chamados "Pretos Velhos" foi formada no Brasil, devido ao torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África, idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego. Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza. Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas amadurece. Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece. O ato final da peça que encarnamos no vale da lágrima que é o planeta Terra é a morte. Mas eles voltaram. A sua missão não estava ainda cumprida. Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rutuais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. Teriam que possuir a essência intríseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.
Quanto aos nomes, há muita controvérsia sobre o fato de o nome do Preto Velho ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas. Voltemos ao passado, na época que cognominamos "A Idade dasa Trevas" no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido à influência portuguesa) não permitia a seus escravos a liberdade de culto. Eram obrigados a aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos. Porém eles seguiram a velha norma: contra a força não  há resistência, só a inteligência vence. Faziam seus rituais às ocultas, deixando que os déspotas em miniatura acreditassem estar eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam forçados. Desta aparente ambigüidade passaram a colocar em seus Deuses Orixásn os nomes dos santos católicos que mais se assemelhavam, daí o sincretismo.
As crianças escravas recém-nascidas, na época, eram batizadas duas vezes. A primeira, ocultamente, na nação a que pertenciam seus pais, recebendo o nome de acordo com a ceita. A segunda vez, na pia batistal católica, sendo esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome do seu senhor, sendo o sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde nascera (Antônio da Coroa Grande, exemplo), ou então da região africana de onde vieram ( Joaquim D'Angola, Maria Conga, etc...)
Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam.
Os Pretos velhos, considerados nossos Guias ou Protetores (semi-Orixás), somente pelos Umbandistas, pois na Nação (Candomblés) são considerados Eguns (almas desencarnadas), e decorrente disso, só têm fio de conta (Guia) na Umbanda. Podem usar o preto e branco. O preto porque, quando se morre, fica-se nas trevas e só com o decorrer do tempo e com preces as almas passam a ter luz; e o branco por serem almas e todo espírito ser representado pelo branco. Essas cores são também usadas porque, sendo os pretos velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.
Não é nossa intenção publicar letras de pontos cantados, pois em nossa opinião fica um vazio quando não se tem propriamente a música, porém abriremos uma excessão para um ponto que mais parece um hino, um grito de liberdade, de bondade, de fé, de resignação, de agonia, de sentimentos profundos e de glorificação. Esse cântico deveria ser cantado no momento da "chegada" dos pretos velhos, pois seriam uma homenagem justa a tanto que sofreram:
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Eles sofreram, mas ensinaram
Com persistência, bondade e fé
Enquanto eles apanhavam
Eles oravam pedindo à proteção
Para o senhor, que os castigavam
Sem piedade e nem coração
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
A Lei de Zâmbi sempre seguia
Na esperança do seu passamento
Que um dia haveria de vir
Pela bondade de seus pensamentos


Cores: preto e branco
Comemoração: A data de 13 de maio é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos), razão pela qual a Umbanda comemora o dia do Preto Velho.


Citaremos alguns Pretos Velhos; a cada história encontrada de cada um deles montaremos um link para que conheçam sua história.


Pai Cambinda (ou Cambina)Pai Roberto, Pai Cipriano e Mestre LuizPai João D'Angola (também de Minas)
Pai CongoPai José D'AngolaPai Benguela
Pai JerônimoPai FranciscoPai Guiné
Pai Joaquim (também da Costa)Pai AntônioPai Serafim
Pai Firmino D'AngolaPai SerapiãoPai Fabrício das Almas
Pai Benedito (também de Guiné)Pai JuliãoPai Jobim
Pai JacóPai SerapiãoPai Caetano
Pai TomazPai ToméPai Malaquias
Pai JobáPai DindóVovó Maria Conga
Vovó ManuelaVovó Chica da Costa D'AfricaVovó Cambinda (ou Cambina)
Vovó AnaVovó Maria RedondaVovó Catarina
Vovó LuizaVovó Rita do Cruzeiro das AlmasVovó Gabriela
Vovó QuitériaVovó MarianaVovó Maria da Serra
Vovó Maria de MinasVovó Rosa da BahiaVovó Maria do Rosário
Vovó Benedita


Obs: O tratamento poderá ser substituído por Vovô ou Tio, por Tia, pois todos denotam carinho e respeito.


Ibeijada (Crianças)


Poucos são aqueles que dão importância devida às giras das vibrações infantis.
A exteriorização da mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato, entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não conseguimos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças tomam.
A Falange das Crianças, estando em constante trabalho de descarga fluídica, afastandos os espíritos malignos, é uma das poucas falanges que consegue dominar a magia. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos.
As festas para Ibeijada, Cosme e Damião,  tem duração de um mês, iniciando a 27 de setembro e terminando a 25 de outubro, devido a ligação espiritaul que há entre Crispim e Crispiniano com aqueles gêmeos, pela sincretização que houve destes santos católicos com os "ibêjis" ou ainda "erês" (nome dado pelos nagôs aos santos-meninos que têm as mesmas missões.
Nas festas das ibeijadas, que tiveram origem na Lei do ventre-Livre, desde aquela época até nossos dias, são servidos às crianças um "aluá" ou água com açúcar (ou refrigerantes adocicados no dia de hoje), bem como o caruru (também nas Nações de Candomblés).
Origem de "Doum"
Este personagem material e espiritual surgiu nos cultos Afros quando uma macamba (denominação de mulher, na seita Cabula) dava a luz a dois gêmeos e, caso houvesse no segundo parto o nascimento de um outro menino, era este considerado "Doum", que veio ao mundo para fazer companhia a seus irmãos gêmeos. Caso viesse à luz duas meninas gêmeas, recebiam o nome de "Liana" e "Damiana" e, se nascesse outra menina a seguir, a esta criança davam e dão o nome de "Damiana"
Sincretização: Com os santos médicos, que foram gêmeos e médicos, tem sua razão na semelhança das imagens e missões idênticas com os "erês" da África, mas como faltava "doum", colocaram-no junto a seus irmãos, com seus pequenos bastões de pau, obedecendo à semelhança dos santos católicos, formando assim a trindade da irmanação. Sua festa é realizada em 27 de setembro.
Povo do Oriente
(6ª. Linha de Umbanda)


É representada por Xangô do Oriente e sincretizado em São João Batista, festejado no dia 24 de junho. Sua legião é formada da seguinte maneira:

Legiões

Chefes

Hindus

Zartu

Árabes e Marroquinos

Jimbaruê

Médicos e Cientistas

José de Arimatéia

Japoneses, Chineses e Mongois

Ori do Oriente

Egípcios, Astecas e Incas

Inhoari

Índios Caraíbas

Itaraiaci

Gauleses, Romanos e Europeus

Marco _ 1º. Imperador Romano

Comandam os Mestres da Cura e atuam nos hospitais, nos terreiros de Umbanda onde as pessoas comparecem na esperança da cura através do passe que são emanados por espíritos evoluídos e por médicos.
A força magnética reside, sem dúvida no médium, que aumenta pela ação dos Espíritos Curadores que são chamados em seu auxílio; são eles: Mestre Carlos, André Luís, Emmanuel, Dr. Bezerra de Meneses e todos os Mentores Orientais.
Aqueles que se dedicam aos trabalhos de cura através do passe devem cultivar além da humildade, boa vontade, fé, elevação espiritual, amor fraternal e respeito ao doente.
No processo patológico orgânico os "passes" não dispensam os recursos da medicina, devendo ser utilizado como complemento.

Povo Cigano






Os ciganos são verdadeiros andarilhos, livres e alegres. Sua origem é indiana, mas surgem dos mais variados lugares com uma descendência infinita, que seria impossível de citar todas. Os mais conhecidos vieram da Espanha, Portugal, Hungria, Marrocos, Argélia, Rússia, Romênia e Iugoslávia. Carregam consigo seus costumes, características e tradições.
Os primeiros ciganos vieram para o Brasil no século XVI, trazidos pela corte real de D. João VI para divertir a comitiva; sendo eles: cantores, músicos e dançarinos.
Kalon é o nome de uma tribo cigana que veio de Portugal e da Espanha com sua música flamenca. Outras tribos ou grupos foram os Ron vindos da Iugoslávia, Romênia e Hungria. A tribo Cósmica e Kiev vieram da Rússia. Existem mais de 50 tribos no mundo.
A lingua cigana é o Romani e outros dialetos como o Caló, eles não permitem sua divulgação e tradução para que os Gadjoes não conheçam seus segredos. Trabalham dentro da parte espiritual da Umbanda com uma vibração oriental com seus trajes típicos e graciosos, com sua cultura de advinhações através das cartas, leituras das mãos, numerologia, bola de cristal e as runas.
Exibem sua dança, bailando ao som dos violinos e acordeões. Assim são as graciosas e faceiras ciganas, que encantam com seus mistérios, com suas saias rodadas, seus lenços coloridos, pandeiros enfeitados com fitas e suas castanholas.

Os ciganos dançam com seu porte elegante, transmitindo a todos serenidade e dignidade. Seu ritual é a dança do fogo, bailando ao redor da fogueira até o dia amanhecer, transmitindo a todos sua alegria e proteção de sua padroeira Santa Sara Kali, que faz da liberdade sua religião.
Arriba Alarriba



Santa Sara Kali

Sara é um referencial de fé e de amor. É uma mensageira de Jesus Cristo. É um farol de luz para aqueles que estão perdidos. É o perfume que segue os ciganos na liberdade das estradas. É a Padroeira dos ciganos nos quatro cantos do mundo.
O Santuário de Santa Sara Kali está localizado na Igreja de Notre Dame de La Mer, cidade provençal de Saint-Marie-de-La-Mer, no sul da França. Todos os anos, ciganos do mundo inteiro peregrinam às margens do mar Mediterrâneo para louvar Santa Sara, nos dias 24 e 25 de maio.

Mistérios e Lendas

Existem várias versões com as lendas de Santa Sara Kali. Entre os anos 44 e 45, por causa das perseguições cristãs, pela ira do Rei Herodes Agippa, alguns discípulos de Jesus Cristo foram colocados em embarcações, entregues à própria sorte. Em uma dessas embarcações estavam Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino que, junto com Sara uma cigana escrava, foram atirados ao mar. Milagrosamente a barca, sem rumo, atravessou o oceano e aportou em Petit-Rhône, hoje Saint-Marie-de-La-Mer, na França.
Segundo a lenda, as três Marias, em desespero em alto mar, sem esperanças de sobreviver, choravam e rezavam o tempo todo. Sara, ao ver o sofrimento das amigas, retirou o lenço da cabeça e chamou por Jesus Cristo, fazendo um juramento ao Mestre, no qual Sara tinha fervorosa fé. A cigana prometeu que, se todos se salvassem, ela seria escrava do Senhor e jamais andaria com a cabeça descoberta, em sinal de respeito.
O lenço é um simbolismo forte entre os ciganos. Significa a aliança da mulher casada em sinal de respeito e fidelidade. Santa Sara protege as mulheres que querem ser mães e sente dificuldades em engravidar. Protege, também, os partos difíceis. Basta ter fé na sua energia.
Na cripta da igreja onde se encontra Santa Sara Kali, existem muitos lenços em sinal de graças de mulheres que engravidaram e tiveram seus filhos sadios.

Baralho Cigano

Usado para "olhar" o passado e o futuro. Bem utilizado é uma ferramenta muito útil as nossas vidas, colocando-nos situados perante a inconstância que a vida nos oferece. Não deve ser usada para fazer intrigas e nem para tentar tirar proveito das dificuldades alheias.















Exus & Pomba Giras



Exu é como guardião e protetor.
Exu (origem africana) é o símbolo da fecundação e desenvolvimento.
Carinhosamente tratado como "Compadre", amigo íntimo sempre presente para defender seu protegido.
Não se pode de forma alguma relacionar os espíritos obsessores aos Exus, que realmente existem e viveram encarnados na Terra.
Não se pode de forma alguma confundir os Exus com o "Diabo", ser criado por outra religião.
Eles são orientados por Guias (Caboclos e Pretos Velhos). Trabalham como intermediários entre os Orixás e os homens em missão do bem para a humanidade. Formam numerosas Falanges, todas lideradas por grandes Chefes agindo no nosso mundo.
São criaturas como nós, já tendo encarnado e desencarnado na Terra por muitas vezes. Muitos até exerceram aqui no mundo os mais altos postos e posições, por seu saber e inteligência, onde cometeram grandes males, provocaram guerras, mas hoje, no espaço, esses sofredores orientados, buscam se regenerar.
Por suas condições, os Exus são usados, digamos assim, pelos Orixás e pelos Guias, para levar a justiça onde for preciso; dai atuarem também no terreno do mal, no sentido exceto da palavra, pois é a justiça do alto em ação, funcionando contra os perversos, os injustos, os desonestos, enfim.
Quando são bem recebidos, amados e respeitados, pelas suas vibrações poderosas, eles realizam trabalhos maravilhosos de curas, dão conselhos edificantes, praticam enfim o bem, semeando o eterno amor. São sublimes as suas realizações e sua atuação dentro da Umbanda prestando caridade é uma constante.
O clima que eles criam, de puras e sadias vibrações, beneficiam a todos os presentes, proporcionando-lhes alegria e contentamento. Devido à cobiça ou à ignorância de muita gente que os conhece mal, consideram eles maus, interesseiros, vingativos
As pessoas que andam certas na vida não devem temê-los, porque eles nada têm a ver com elas, só com os maus intencionados, os corruptos, os perversos, os interesseiros. Outras pessoas, como retorno dos males que mandaram-nos praticar em troca de presentes ou agrados, sofrem a lei do retorno.
Tal como nós, também um dia penetrarão na senda do amor, onde milhares deles já se encontram marchando rumo à perfeição, pois como tudo na natureza, na criação divina, também estão sujeitos à eterna lei da evolução, que conduz à felicidade eterna e verdadeira.
Exu é quem orienta os trabalhos práticos, abrindo as cerimônias como um guardião, sentinela e protetor de um Centro. Os trabalhos dos Compadres, suas provas assombrosas de força e poder, suas curas maravilhosas nas enfermidades dadas por incuráveis, nos mostra sua beleza de intenções.
Toda pessoa tem seu Exu particular, responsável pela força necessária ao seu desenvolvimento.
O vermelho e o negro são as suas cores representativas. O negro representa todo o culto em potência, sem diferenciação, sendo o primeiro elemento que dinamiza o culto e permite que ele se manifeste. Por coincidência ou não, no espectro visível do olho humano, vermelho é a vibração de menor frequência, abaixo do nível da qual tudo é negro, ausência de luz.
Sendo o senhor dos limites, inclusive no horário, seu momento mais próprio não poderia ser outro senão a fronteira entre os dias, isto é, a meia-noite.
Existem Exus na terra, no fogo, na água e no ar, bem como nas combinações desses elementos e nos estados de transição entre eles, incluindo os cemitérios. Têm a encruzilhada em "X" como seu local de força, por ser dominador de todos os caminhos.
Os Exus não possuem somente os nomes comumente conhecidos como Exu Marabô, Tiriri, Mangueira, etc. Têm seus nomes esotéricos ou cabalísticos: "Exu Tranca-Ruas", cujo nome esotérico, Senhor TARKEMACHE, que viveu neste mundo encarnado no Castelo de Cordevillee, sendo doutor e príncipe da Corte Francesa, na época de Richelieu; "Exu Tata Caveira", cujo nome esotérico, senhor PROCULO, foi químico; "Exu Meia-Noite", cujo nome esotérico, senhor HAEL, era um homem muito rico e belo, viveu em Apuaruma, terra onde hoje só existem vestígios e destroços, localizada na Serra do Congogi. Os Exus também podem possuir um terceiro nome, além do esotérico e do nome vulgarmente conhecido, isto é, o nome entre eles exus. Este nome é de conhecimento somente daqueles que são ligados estreitamente a eles e que ganharam sua confiança.
Exu abre as cerimônias do terreiro em dias de festa e de outras obrigações, é porteiro das matas, dando início para a colheita das ervas; dá conselhos, servindo de intermediário dos Orixás, aos homens; é controlador dos Eguns, inclusive determinando suas reencarnações e interlocutor nos jogos de búzios.
Nos Terreiros, Exu tem sua casa próximo à entrada dos mesmos, denominada "Ailê Okutá" ou "Ilêxus".
O "Padê" que se oferece a Exu no início dos trabalhos, quando se diz que está "despachando Exu", na realidade significa que estamos pedindo a Exu para botar para fora  da casa os maus espíritos, permanecendo o Exu da Casa em seu devido lugar, ou seja, na porteira do Terreiro.
Os Exus normalmente aceitam qualquer comida, como bife cru ou cozido no azeite de dendê, com ou sem cebolas em rodelas, farofa d'água, de mel, de dendê, de fubá de milho, etc. Gostam de bebidas tais como Cachaça (marafo), Whisky, Vodka, sendo a primeira mais comum a eles. Apreciam charutos como também cigarros de palha, sendo machos, e cigarros comuns, quando fêmeas (pombagiras) .
Os Exus, assim como apreciam as comidas e as bebidas, também apreciam a indumentária, quando incorporados em seus "burros" (médiuns).
Através do tempo, o Exu poderá atingir graus de evolução espiritual enormes, de tal forma que poderão passar a integrar as falanges dos Caboclos e dos Pretos Velhos, praticando somente o bem, pelo simples prazer de praticá-los, porém não mais como Exus, mas sim como Caboclos e Pretos Velhos.
PombaGiras
Os Exus femininos (Pombagiras) mais conhecidos entre nós são : Maria Padilha, Maria Mulambo, Rainha das Sete Encruzilhadas, Pombagira das Almas, Pombagira da Praia e as Ciganas (Maria Rosa, Rosa Vermelha, Sulamita, etc.).
A "Pombagira", a chamada mulher de 7 exus, tem o seu nome esotérico KLEPOTH, que significa "a maldade em figura de mulher". Entretanto, o significado desta palavra não espelha a realidade, pois são criaturas idênticas aos Exus machos, com o mesmo objetivo e missão.
A "Pombagira Maria Padilha", cujo nome esotérico de Exu-fêmea é KLEPOTH, foi rainha dos mouros e amante do rei Felipe II.
As rosas são flores de preferência das Pombagiras e indicam a magia, nem sempre precisam ser vermelhas.


Pomba Gira Cigana,

Mulher, moça, menina ... eu não sei !
Seu nome ... eu não sei !
Sua origem ... eu não sei !
São poucos e menos importantes os "não sei", pois ...
Eu sei ... do seu amor !
Eu sei ... das suas palavras de carinho, das palavras de consolo e das palavras aconchegantes a quem precisa e à procura !
Eu sei ... de sua fé num mundo melhor, sem injustiças, ódios, invejas e destruição !
Eu sei ... de suas caridades !
Enfim, eu sei e conheço sua história !
Que você possa continuar sua caminhada à evolução !
Que você estenda cada vez mais suas obras entre nós !
Que Deus continue a iluminar-te !
(Com carinho ... José Roberto)



Santo Antônio de Pemba
Entre Santo Antônio de Lisboa e Santo Antônio de Pemba há muita diferença.
Como o número de escravos era superior ao dos fidalgos, erigiu-se em cada fazenda uma capela com o Santo da devoção dos Senhores ou Sinhás das fazendas, onde um Sacerdote da Igreja Católica fazia seus ofícios religiosos.
Quando os escravos adotaram Santo Antônio de Lisboa por Santo Antônio de Pemba como Exu, fizeram-no por diversos motivos. O primeiros porque tinham que acompanhar o credo católico; o segundo para ludibriar a boa fé dos senhores das fazendas, pois proibiam que os mesmos professassem o seu culto africano; e o terceiro porque faziam suas festas com fogo, como fogueiras, etc., e o dono do fogo é Exu.
O dia de Santo Antônio de Pemba é 13 de junho, razão pela qual a Umbanda comemora nesta data o dia de Exu.
Na Umbanda atual, onde os chefes de terreiros são mais esclarecidos, com mais cultura e seus filhos também, não se admitem mais os tabus a respeito de Exus e Pombagiras, tais como :
  • Colocar cortina para cobrir o Gongá em dias de Sessão de Exu;
  • Considerar os médiuns que trabalham com Exus ou Pombagiras como perigosos, como assim era de crer naquela época remota;
  • Não permitir que os médiuns do terreiro trabalhem como Exus e Pombagiras, como alguns chefes de terreiros daquela época então procediam;
  • Pensar que Exu ou Pombagira são entidades negativas;
  • Considerar ainda nos dias de hoje que OMULU seja Exu e não Orixá;
  • Exigir que Exus ou Pombagiras incorporem de costas para o Gongá;
  • Pensar que somente na grande hora (meia-noite) seriam horas que Exu ou Pombagira poderiam incorporar;
  • Pensar que um médium após trabalhar com Exu ou Pombagira terá de ser descarregado por um Caboclo ou Preto Velho;
  • Pensar que Exu e Pombagira só trabalham falando "palavrões" e bebendo. Isto é a má orientação dada pelo chefe do terreiro que não respeita a entidade e nem se faz respeitar.



Zé Pelintra
Zé Pelintra, conhecido também como "Seu Zé",  não é um Exú (apesar de marcarem presença nas sessões de Exú) e sim um "egum" que atingiu o grau de Mestre no Catimbó (termo usado em sessões no nordeste,  que significa o mesmo que terreiro, onde baixam os espíritos protetores e caboclos).
Nos Catimbós, Mestre é nome dado também ao médium dirigente dos trabalhos das sessões.
Os Zé Pelintra (também chamado de Malandros), são comandados pelas entidades chefes que incorporam no Catimbó como Mestre Carlos, Mestre Luís, Mestra Benevenuta, etc...
Veste-se de branco e usa chapéu de aba mole, lenço vermelho no pescoço e bengala.
Gosta muito de uma boa farofa de carne-seca, aprecia um bom camarão frito, cigarro e uma cerveja gelada. Ele "gosta" de receber suas oferendas na portas de botequins ou nas subidas dos  morros.



PRECE DE EXÚ



Sou EXÚ, Senhor Pai, permite que assim te chame, pois, na realidade Tu o és, como és o meu Criador.
Formaste-me da Poeira Ástrica, mas como tudo o que provém de Ti, sou real e eterno.
Permite, Senhor, que eu possa servir-te nas humildes e desprezíveis tarefas criadas pelos teus humanos filhos.
Os homens me tratam de anjo decaído, de povo traidor, de rei das trevas, de gênio do mal e de tudo o mais em que encontram palavras para exprimir o seu desprezo por mim, no entanto, nem suspeitam que nada mais sou que o reflexo de si mesmos. Não reclamo, não me queixo, porque esta é a Tua vontade.
Sou escorraçado, sou condenado a habitar as profundezas escuras da Terra e trafegar pelas sendas tortuosas da provação.
Sou invocado pela inconsciência dos homens a prejudicar o seu semelhante. Sou usado como instrumento para aniquilar aqueles que são odiados, movido pela covardia e maldade humanas sem contudo poder negar-me ou recorrer.
Pelo pensamento dos inconscientes sou arrastado à descrença, à confusão e à ignomínia, pois esta é a condição que Tu me impuseste.
Não reclamo Senhor, mas fico triste por ver os teus filhos que criaste à Tua imagem e semelhança serem envolvidos pelo turbilhão de iniquidades que eles mesmos criam e, eu, por Tua Lei inflexível, delas tenho de participar.
No entanto, Senhor, na minha infinita pequenez e miséria, como me sinto grande e feliz quando encontro em algum coração um oásis de amor e sou solicitado a ajudar na prestação de uma caridade.
Aceito, sem queixumes, Senhor, a Lei que, na Tua infinita sabedoria e justiça, me impuseste, a de executor das consciências, mas lamento e sofro mais, porque os homens até hoje não conseguiram compreender-me.
Peço-Te oh! Pai Infinito, que lhes perdoe.
Peço-Te não por mim, pois sei que tenho que completar o ciclo da minha provação, mas por eles, os Teus humanos filhos.
Perdoa-os, e toma-os bons, porque somente através da bondade do seu coração poderei sentir a vibração do Teu amor e a graça do Teu perdão.





Um comentário:

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